Missão: dois caminhos e uma escolha — Empurrar a mala ou o carrinho?
Num domingo desses, indo para a igreja, empurrando o carrinho do meu filho, parei num semáforo, e observei uma moça muito bonita e bem vestida ao meu lado, que aparentava ter a minha idade, empurrando uma mala de viagem.
Naquele momento, me dei conta de que aquela poderia ter sido a minha vida.
Sempre amei viajar, e tinha o sonho de viajar pelo mundo, que era apenas menor do que o sonho de ter uma família.

Dois caminhos, uma escolha
No começo do ano de 2008, após ler uma citação do Presidente Hinckley*, que falava sobre mulheres que serviam como missionárias, e sobre o papel que essas mulheres teriam como mães e educadoras, senti o desejo de servir.
Conversei com minha mãe a respeito, e ela apoiou minha ideia imediatamente, assim como meu pai e irmãos. Algumas orações e jejuns depois, decidi que serviria como missionária de tempo integral assim que completasse 21 anos, que era a idade mínima da época.
Porém, alguns meses depois, ganhei uma bolsa de estudos em uma escola de dança de São Paulo, o que me fez muito feliz, já que dançar era o que eu fazia há alguns anos, e era uma carreira que me permitiria viajar para muitos lugares, em apresentações e competições.
Eu passava de 8 a 10 horas por dia lá, tendo aulas, treinando, ensaiando, e ajudando os professores nas suas aulas, estava me realizando, dançar sempre fez com que eu me sentisse muito bem.

A decisão de servir uma missão
Mas o mês de setembro chegou, e com ele, o meu 21º aniversário. A decisão de servir missão, que alguns meses antes tinha sido tão fácil de tomar, parecia mais difícil, agora que me via com uma bolsa de estudos tão requisitada, melhorando a cada dia como dançarina, e com promessas de apresentações na América do Sul em breve.
Tive uma pequena inclinação a ficar, ou pelo menos adiar a missão para depois das apresentações de fim de ano.
Decidi orar, e buscar saber a vontade do Senhor em relação ao meu futuro, e mais uma vez as palavras do Presidente Hinckley me vieram à mente, e com elas o desejo ardente de servir como missionária, e decidi mandar meu chamado imediatamente, e, consequentemente, abandonar a dança.
Servi na missão Brasil Santa Maria, e foi uma época maravilhosa, na qual aprendi mais sobre a vida e sobre o Senhor e Salvador Jesus Cristo do que em qualquer outra.

O Senhor não ignorou meus sonhos
Depois da missão, com uma visão mais clara de para onde o universo da dança me levaria, decidi fazer da dança apenas um hobby, e estudar Recursos Humanos.
Me mudei para o sul do país, onde comecei a trabalhar, estudar e servir na minha ala, onde algum tempo depois conheci o homem que se tornaria meu marido. Fomos selados no Templo de Campinas em 2012, e comecei com ele a construir a família que sempre sonhei.
E o Senhor não ignorou meus outros sonhos, hoje faço aulas de dança todas as semanas, e já comecei a viajar pelo mundo. Trabalho como Coordenadora de Recursos Humanos, e moro na Nova Zelândia, para onde viemos devido ao trabalho do meu marido, e quem sabe para onde mais ainda iremos?
Quando olho para trás, vejo quão certa foi a decisão que tomei. Aquela moça empurrando a mala poderia ser eu, eu poderia estar viajando pelo mundo ou fazendo quaisquer outras coisas que o mundo admira, mas empurrar o carrinho do meu filho é exatamente o que quero estar fazendo.
Este artigo foi escrito por Lorena Raphaela Baumgart Costa, do Blog Diariamente.
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