Perguntas e respostas: Profetas podem cometer erros?
No contexto religioso, a percepção da infalibilidade dos líderes espirituais é uma questão frequentemente debatida.
Profetas antigos quanto os modernos são homens que falham, cometem erros, e isso não deve ser um fator determinante para a fé dos seguidores.
Ao olhar para os tempos do Novo Testamento, encontramos o apóstolo Pedro, que em um momento de violência, cortou a orelha de uma pessoa.
Outros exemplos incluem Jonas, que fugiu de seu chamado profético, e Noé, que se embriagou após o dilúvio.
A escolha de indivíduos falíveis para liderar não é uma prática nova. Jesus escolheu seus discípulos, muitos dos quais eram pessoas comuns com falhas notáveis.
Simão, o Zelote, por exemplo, era um nacionalista extremista, mas foi escolhido para ser um apóstolo. Isso demonstra que Deus pode usar pessoas comuns e falíveis para realizar grandes feitos.
Esses eventos ilustram que, historicamente, os profetas eram seres humanos com falhas e que cometiam erros.
Essa mesma perspectiva pode ser aplicada aos profetas atuais. É natural que os membros da Igreja sintam desilusão ao perceber que seus líderes não são perfeitos, mas isso não deveria abalar sua fé.
Na verdade, isso reforça o princípio de que somente Jesus Cristo é perfeito, e todos somo humanos, e estamos no caminho do discipulado para aprender, perdoar, se arrepender e ser a nossa melhor versão, o mais próximo da perfeição do Salvador possível.
A necessidade de exercer fé e o arbítrio
Dentro dessa discussão entre perfeição e imperfeição, se os profetas fossem perfeitos, a fé dos seguidores de Jesus Cristo seria desnecessária. A fé se torna essencial quando os líderes, apesar de suas falhas, são escolhidos por Deus para guiar a Igreja.
A escolha divina de líderes imperfeitos reflete a confiança de Deus na capacidade humana de aprender e crescer através da fé.
A questão da falibilidade dos profetas também toca no conceito do arbítrio. Deus respeita a escolha de Seus filhos, incluindo os líderes religiosos. Ele permite que cometam erros para que possam aprender e evoluir.
A governança da Igreja, portanto, pode não ser sempre perfeita, mas Deus garante que nada comprometerá Sua obra sagrada.
Em concordância com essa afirmação, o Presidente Wilford Woodruff ensinou:
“O Senhor jamais permitirá que eu ou qualquer outro homem que presida esta Igreja vos desvie do caminho verdadeiro. Isso não faz parte do plano. Não é a intenção de Deus. Se eu tentasse fazê-lo, o Senhor me afastaria de meu lugar, o mesmo acontecendo com qualquer outro que tentasse afastar os filhos dos homens dos oráculos de Deus e de seus deveres”
Em 1984, o Presidente Gordon B. Hinckley ensinou o mesmo:
“A Igreja é verdadeira. Aqueles que a dirigem só têm um desejo: fazer a vontade do Senhor. Eles buscam Sua orientação em todas as coisas. Nenhuma decisão significativa que afete a Igreja e seus membros é tomada sem que se reflita sobre o assunto, em espírito de oração, consultando a fonte de toda a sabedoria para receber orientação. Sigam a liderança da Igreja. Deus não permitirá que sua obra seja desviada” (“Não Vos Deixeis Enganar”, A Liahona, janeiro de 1984, p. 81).
Uma perspectiva de longo prazo
É importante lembrar que nossa compreensão completa do plano de Deus se expandirá no tempo. A doutrina do Milênio, por exemplo, prevê um período de mil anos de paz onde muitos dos erros e mal-entendidos atuais serão corrigidos.
Portanto, os seguidores de Cristo são encorajados a perseverar na fé, mesmo quando enfrentam dúvidas ou discordâncias.
Reconhecer que os profetas são falhos e serem humanos comuns é essencial para uma fé madura e resiliente.
Deus escolhe líderes imperfeitos para fortalecer a fé de Seus seguidores e ajudá-los a estar cada dia mais próximos da perfeição.
Fonte: Saints Unscripted
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