O que os vizinhos de Joseph Smith pensavam dele?
Uma contemporânea um pouco mais jovem que Joseph Smith, conhecida por nós apenas como “Sra. Palmer” cresceu em uma propriedade não muito longe da fazenda da família Smith perto de Palmyra, Nova Iorque. Ela nunca aceitou as suas profecias, mas nos deixou um valioso testemunho ocular sobre o caráter de Joseph Smith.
“Meus pais”, ela recorda, “eram amigos da família Smith, que era uma das melhores pessoas naquela região — eram honestos, religiosos e trabalhadores, mas pobres.” Ela própria soube da existência de Joseph quando tinha 6 anos de idade:
“Lembro-me de ir ao campo numa tarde para brincar nas fileiras de milho enquanto os meus irmãos trabalhavam. Quando a noite chegou, eu estava muito cansada para ir para casa e chorei porque meus irmãos se recusaram a me carregar. Joseph me levantou em seu ombro e segurou meus pés com o seu braço para me manter firme. Eu segurei em seu pescoço e ele me levou para casa.”
Ela se lembrou da “agitação” que se seguiu à Primeira Visão de Joseph. Mesmo quando um líder de sua igreja visitou sua casa para reclamar sobre a amizade de seu pai com a família Smith, ele descartou a visão como “apenas um doce sonho de um menino de mente pura”. ”Por quê? “Meu pai amava o jovem Joseph Smith”, ela explicou, “e muitas vezes o contratou para trabalhar com seus filhos.” Ele disse àquele líder religiosos que “Joseph foi a melhor ajuda que ele já tinha encontrado.”
As memórias da Sra. Palmer aparecem no caderno de Martha Cox que estão nos arquivos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e são citadas aqui como “Eles Conheciam o Profeta: Relatos Pessoais de Mais de 100 Pessoas que Conheceram Joseph Smith” de Helen Mae Andrus e Hyrum L. Andrus, publicado pela Covenant Communications em 2002.
Esta alta avaliação de Joseph como trabalhador foi compartilhada por outros que o conheciam. Por exemplo, o jovem Joseph Knight Jr. conhecia Joseph Smith desde criança e relatou em sua autobiografia que Joseph foi “a melhor mão que (meu pai) já havia contratado.”
A família Knight estava entre os primeiros conversos à mensagem da Restauração. Não foi assim para a família da Sra. Palmer. O Livro de Mórmon, com suas placas tangíveis, múltiplas testemunhas e afirmações insistentes, não poderia mais ser considerado como “apenas o doce sonho de um menino de mente pura”.”
“Não até que Joseph tivesse uma segunda visão”, lembrou ela, “e começou a escrever um livro que atraiu muitas das melhores e mais brilhantes pessoas de toda as igrejas. Foi então que meus pais chegaram a conclusão de que seu amigo, o eclesiástico, tinha dito a verdade. Então, a minha família cortou a amizade com toda a família Smith, pois toda a família seguiu a Joseph. Mesmo o pai, inteligente como era, não conseguia discernir o mal que ele estava ajudando a promover. Meus pais então deram tudo o que puderam para ajudar a destruir Joseph Smith; mas era tarde demais. Ele não podia ser abatido. Nunca houve um rapaz mais verdadeiro, mais puro e mais nobre do que Joseph Smith, antes de ser levado pela superstição.”
Teologicamente, é claro que a Sra. Palmer não é uma testemunha amigável. Ainda assim, ela é provavelmente uma testemunha honesta, uma vez que o seu julgamento positivo do caráter de Joseph vai contra a avaliação de sua doutrina religiosa. Outros não eram tão justos e parece claro que grande parte da crítica contra a famíla Smith em geral e contra Joseph em particular foi gerada por suas alegações proféticas e seu desafio à opinião religiosa convencionalmente aceita.
O irmão de Joseph, William, por exemplo, parece fazer eco da ideia de que o jovem Joseph Smith era considerado um rapaz honesto, confiável e trabalhador. No entanto, mais especificamente, ele também comenta com ironia sobre as críticas que vieram de encontro da família, ressaltando que comentários negativos sobre o caráter de Joseph só surgiram depois que os relatos de suas visões começarem a circular:
“Nunca ouvimos nada até que Joseph falou sobre sua visão, e nem pelos nossos amigos. Sempre que os vizinhos queriam um trabalho bem feito eles sabiam onde eles poderiam obtê-lo. Joseph trabalhava assim como o resto dos meninos. Nós nunca soubemos que éramos pessoas ruins até que Joseph nos falou sobre sua visão “(veja “Joseph Smith”, de Robert V. Remini, publicado pela Viking Books em 2002).
É difícil, neste caso, não se lembrar as palavras de Jesus Cristo como estão registradas em Marcos 6:4: “Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa.” Seus vizinhos parecem ter considerado a família Smith como pobre, mas respeitáveis — até que Joseph começou a dizer que recebeu revelação. Então tudo mudou.
Fonte: LDS Living