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Irmã Oaks fala sobre as dificuldades que muitas mulheres passam no Dia das Mães

Era a manhã do nosso quarto “Memorial Day” (feriado anual americano) como um casal, e eu estava animada para passear com o meu marido e alguns amigos queridos. Mas uma das minhas amigas chegou e ela parecia desanimada. Eu estava preocupada com minha amiga.

Eu perguntei: “O que aconteceu? Você parece tão triste.”

Ela respondeu: “Minha irmã, que é solteira, acabou de ligar. Ela esta preocupado com o feriado. Como ela está sozinha, ela está pensando em maneiras de se manter ocupada”.

Essas palavras trouxeram uma onda de lembranças. Lembrei-me dos muitos feriados que passei sozinha e como eles tinham sido dolorosos. Lembrei-me que por causa da minha solidão eu procurava amigos para visitar e lugares para ir.

Eu amo as ocasiões onde as pessoas se reúnem para comemorar: casamentos, almoços, reuniões e confraternizações. No casamento de minhas irmãs mais novas, eu frequentava todos os chás de panela e jantares.

Em uma dessas festas, um convidado, com sincero preocupação e carinho, perguntou: “Você não se sente mal? Isso não faz você se sentir triste porque você ainda não se casou?”

Aos 30 e poucos anos, percebi que os amigos estavam começando a me ver como uma solteirona “uma mulher desamparada e triste de espírito…”( 3 Néfi 22: 6 ).

O fato que eu estava tao feliz por minha irmã lhes surpreendeu muito. Eu estava totalmente feliz por ela e não queria perder aqeuele momento precioso.

Com o passar do tempo, no entanto, meus sentimentos tornaram-se mais sensitives, e os feriados e festas assumiram um novo significado.

Quando jovem, tinha imaginado meu futuro com um marido e uma família. Cresci prensando sobre como preparar minha casa e como aproveitaríamos cada momento. Quando todos os amigos se casavam e meus sonhos não se concretizavam, eu me sentia abandonada e desamparada. Minha vida não estava saindo como planejei. Eu estava confusa e desapontada. Eu acreditava que tudo seria tão diferente.

Com o passar dos anos, feriados traziam cada vez mais as lembranças de sonhos não realizados. Tornou-se mais doloroso ficar sozinha durante as festividades, principalmente porque eu não tinha ajustado minhas expectativas. Eu ansiava por um Natal com crianças pequenas, um Dia de Ação de Graças cercado por amigos e familiares, um Dia dos Namorados sendo a namorada de alguém ou, no mínimo, um Dia da Independência sob o esplendor de fogos de artifício multicoloridos durante um encontro com alguém que eu gostasse.

Mesmo aqueles que são casados ​​e têm tudo o que precisam para ter férias divertidas, descobrem que os eventos geralmente acontecem de forma bem diferente do que eles previam.

Eu queria que todos os feriados fossem uma experiência perfeita. Tais expectativas são destinadas a causar desapontamento. Os feriados significavam ainda mais para mim porque muitas vezes eram os únicos dias do mês em que eu podia estar em casa, já que eu sempre viajava à trabalho.

Uma irmã solteira comentou comigo: “Eu não gosto quando pessoas casadas bem-intencionadas e líderes do sacerdócio olham para a lista de membros e assumam que todas as mulheres solteiras estão esperando por convites para o jantar de Natal com a família deles ou estão com medo dos Dia das Mães. Não gosto que sintam pena de mim.”

Os solteiros não querem que sintam pena deles. Eu escolhi escrever sobre os feriados porque, para mim, às vezes eles eram tediosos e solitários. Acredito que tanto casados como solteiros podem se sentir assim.

Talvez a questão nem seja o feriado em si, mas o fato que em algum momento qualquer de nós precise de uma mão amiga.

Mulheres solteiras e o Dia das Mães

O Dia das Mães desperta em nós uma consciência do papel sagrado das mulheres. Também pode servir como um lembrete dos filhos que ainda virão. Como mulheres santos dos últimos dias, temos uma convicção tão profunda e duradoura da família que, neste dia, algumas mulheres solteiras evitam eventos na Igreja e tiram o dia para ficar em casa e refletir.

Muitas vezes senti neste dia que minha vida não estava como eu tinha imaginado que seria. Era uma lembrança das bênçãos que eu não tinha. Muitas mães, casadas e solteiras, compartilharam comigo que esse dia também é difícil para elas. Elas sentem algum tipo de remorso e se preocupam com filhos que têm dificuldades, são rebeldes ou infelizes. Eu percebi que a maternidade é uma grande bênção, mas esse período de espera para ser mãe também é uma grande bênção.

Tenho uma experiência muito especial que aconteceu em Dia das Mães. Eu me sentei na sala da Sociedade de Socorro entre mulheres nobres e valorosas que eu amava, e meu coração se derreteu por causa de sua ternura feminina. Comecei a chorar, não porque eu não era mãe, mas porque o Pai Celestial havia me concedido o dom da feminilidade, e me senti tão abençoada por isso.

A irmã Julie Beck, Presidente Geral da Sociedade de Socorro, em seu discurso na conferência geral “A Mother Heart” me deu uma lembrança de nosso propósito na Terra:

“O papel das mulheres não se iniciou na Terra e não terminará aqui. A mulher que considera a maternidade preciosa na Terra, considerará a maternidade preciosa no mundo futuro e “onde estiver o [seu] tesouro, aí estará também o [seu] coração”. (Mateus 6:21) 

As mulheres que considerarem a feminilidade e maternidade preciosas têm alegria nesta Terra por causa de sua perspectiva eterna.

 Ao cumprirem seus convênios, elas estarão investindo em um futuro grandioso e de prestígio, porque sabem que “(…) os que guardarem seu segundo estado terão um acréscimo de glória sobre sua cabeça para todo o sempre”. (Abraão 3:26)

Durante nossa visita nas Filipinas, testemunhei em primeira mão o grande poder que a fé e o amor maternal de uma mulher solteira podem exercer. Em uma das minhas sessões de treinamento em uma ala muito humilde com poucos recursos, perguntei se alguma irmã solteira estava presente.

Uma pequena irmã idosa deu um passo à frente. Ela não tinha nem um metro e meio de altura, pesava apenas uns 40 quilos e tinha um enorme sorriso no rosto.

Ela deu seu testemunho sobre a alegria do serviço e suas oportunidades de ensinar e servir. Depois que a sessão terminou, muitas irmãs correram para a frente da sala para me ajudar a guardar meus materiais. Essas irmãs eram líderes na estaca como presidentes da Primária, Moças e Sociedade de Socorro.

Elas cercaram a pequena irmã que havia prestado seu testemunho e começaram a abraçá-la. Elas disseram:

“Somos suas filhas. Ela nunca teve seus próprios filhos, mas ela foi nossa professora da Primária, nossa professora das Moças, nossa professora da Sociedade de Socorro e nossa amiga. Como uma mãe, ela nos ajudou, nos amou e nos ensinou nossa fé. Somos muito gratos por ela.”

Fonte: LDSLiving

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